O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu nesta quinta-feira que, levando em conta os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil enfrenta “tecnicamente” uma epidemia de dengue.
Segundo o ministro, apesar dos casos da doença estarem concentrados em sete estados, especialmente em São Paulo, Goiás e Acre, as estatísticas em nível nacional indicam que o Brasil registra atualmente mais de 300 casos de dengue por cada 100.000 habitantes, nível que a OMS considera como indicativo de uma epidemia.
De acordo com o último boletim epidemiológico, o número de casos de dengue registrados no país neste ano até 18 de abril chegava a 745.957, o que representa 367,8 casos por cada 100.000 habitantes.
O número de contágios é 234,2% superior ao do mesmo período do ano passado, embora seja 48,6% inferior às 1,4 milhão de confirmações de 2013, quando o país enfrentou uma das mais graves epidemias da doença.
Até 18 de abril foram registradas 229 mortes pela doença, com um crescimento de 45% frente às 158 do mesmo período do ano passado. Das 229 mortes deste ano, 169 aconteceram no estado de São Paulo, 15 em Goiás, oito no Paraná e oito em Minas Gerais.
Segundo Chioro, a diferença com a situação de 2013 é que nesta ocasião a epidemia está concentrada em poucos estados.
“(A epidemia) é diferente porque não se manifesta em todos os estados da mesma maneira. Nós temos sete estados neste momento que estão em situação epidêmica”, declarou o ministro, acrescentando que as estatísticas não podem ser comparadas com as de 2014, quando a incidência foi muito baixa.
“Estamos comparando os dados de 2015 com um ano de baixíssima incidência e pouquíssimos números de óbitos. Quando comparamos com 2013, nós não chegamos às mesmas proporções. A diferença é que neste ano, vamos ser claros e objetivos, (as mortes) se expressam fortemente em São Paulo”, concluiu Chioro.
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