Os seres humanos aclimatam-se à altitude com maior facilidade, já que as células sanguíneas aprendem a se adaptar a esse entorno, segundo um estudo publicado este mês pela revista “Nature Communications“.
Cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram certos mecanismos moleculares que governam a resposta adaptativa das células, tanto em ratos como em humanos.
Esse trabalho pode facilitar a busca de tratamentos contra os efeitos da hipóxia (falta de oxigênio) não só como consequência da altitude, mas também em doenças respiratórias e cardiovasculares.
Para sobreviver às rigorosas condições de altas montanhas, onde a respiração é mais difícil do que ao nível do mar, o organismo tenta mobilizar mais oxigênio rumo aos tecidos e aos órgãos.
Um dos mecanismos que se inicia nessas circunstâncias é a libertação de adenosina, uma molécula que previne os vazamentos vasculares, reduz a inflamação e contribui para dilatar os vasos sanguíneos.
Estudos prévios tinham mostrado que a exposição repetida a altitudes elevadas promove uma adaptação mais rápida a ambientes com pouco oxigênio.
As bases moleculares para explicar esse fenômeno, no entanto, não eram entendidas em detalhes.
O estudo
Yang Xia e seu grupo de pesquisadores identificaram uma proteína celular denominada e ENT1 que reforça a produção de adenosina em condições de hipóxia.
Os cientistas comprovaram que essa proteína se degrada quando um humano se encontra em altitude e em ratos localizados em entornos com pouco oxigênio, o que favorece uma rápida acumulação de adenosina no plasma sanguíneo e contraria o dano que causa a hipóxia nos tecidos.
Esse é precisamente o mecanismo que se reforça após uma primeira ascensão e que provoca aquilo que os pesquisadores chamaram de “memória hipóxica” das células sanguíneas.
Os autores do estudo sugerem que atuar sobre o processo de degradação da proteína eENT1 pode dar lugar a novos métodos terapêuticos que evitam os danos provocados por diversas doenças.
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